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Thursday July 23, 2009 22:04 by Pró-FASP
I Encontro Pró-Federação Anarquista de São Paulo Nota final do II Pró-FASP, documentos distribuídos ou lidos no II Encontro Pró-FASP: "Questões de Saída", "Teoria: O Especifismo Como Forma de Organização Anarquista" e a "Saudação Inicial". Há algumas fotos também. NOTA FINAL DO II PRÓ-FASPPró-Federação Anarquista de São Paulo (FASP)As expectativas foram superadas tanto na quantidade de participantes que foram em torno de 150 pessoas, quanto na qualidade dos debates. Começaremos a entrar em contato com todas e todos que participaram do encontro, para podermos agilizar atividades conjuntas e reafirmar o convite para as pessoas que se mostraram interessadas em participar do coletivo. Nosso sítio entrará agora em fase de manutenção para que possamos melhorar o mesmo. Fica aqui nosso agradecimento pela participação e dedicação de todas e todos, graças a vocês podemos avançar com cada vez mais energia rumo a uma sociedade justa e liberta. Viva a anarquia! QUESTÕES DE SAÍDAPró-Federação Anarquista de São Paulo (FASP)a. Da compreensão do anarquismo como ideologia e, assim, como um sistema de idéias, motivações e aspirações que possuem necessariamente uma conexão com a ação no sentido de transformação social, a prática política. b. Da defesa de um anarquismo social, em permanente contato com a luta de classe dos movimentos sociais de nosso tempo, e funcionando como ferramenta de luta e não como pura filosofia ou em pequenos grupos isolados e sectários. c. Da compreensão de um conceito de classe que ainda deve ser aprofundado, mas que inclui todas as parcelas de explorados/as da nossa sociedade. d. Da necessidade de o anarquismo retomar seu vetor social, perdido desde a década de 1930, quando da crise do sindicalismo. Assim, buscaremos encontrar os melhores espaços de trabalho, onde as contradições do capitalismo são mais evidentes. e. Da defesa da revolução social e do socialismo libertário como objetivos de longo prazo. f. De ser imprescindível as/os anarquistas se organizarem de maneira específica para atuar nas mais diversas manifestações da luta de classes. Ou seja, uma separação entre os níveis político (da organização específica anarquista) e social (dos movimentos sociais, sindicatos, etc.). g. De conceber a organização como imprescindível e de sustentarmos uma posição contrária ao individualismo e ao espontaneísmo. h. Da concepção da organização anarquista como uma organização de minoria ativa, diferindo-se esta da vanguarda autoritária por não se considerar superior às organizações do nível social. Assim, o nível político é complementar ao nível social e vice-versa. i. De compreendermos como principal atividade da organização anarquista o trabalho/inserção social em meio às manifestações de luta do povo. j. De acreditarmos que a ética é um pilar fundamental da organização anarquista e que ela norteia toda a sua prática. k. De compreendermos a necessidade de propaganda e de nos comprometermos a realizá-la nos terrenos mais férteis. l. De entendermos poder dividir a organização anarquista em frentes para facilitar o trabalho/inserção social. m. De utilizarmos a lógica dos círculos concêntricos de funcionamento, dando corpo a uma forma de organização que quanto maior o nível de compromisso dos militantes, mais dentro eles estão da organização e maior é seu poder de deliberação. Da mesma maneira, uma organização que proporcione uma inteiração eficiente com os movimentos sociais. n. De construirmos uma organização com critérios claros de entrada e com posições bem determinadas para todos/as que queiram ajudar. o. De buscarmos sempre o consenso mas não nos prendermos a ele, podendo votar quando necessário, vencendo a maioria. p. De trabalharmos com unidade teórica, ideológica e programática (estratégica). Assim, a organização construirá coletivamente uma linha teórica e ideológica e da mesma forma, determinará e seguirá com rigor os caminhos definidos, todos/as remando o barco no mesmo sentido, rumo aos objetivos estabelecidos. q. De assumirmos que a FASP será uma organização com compromisso militante. Uma organização com membros/as responsáveis, que não é complacente com a falta de compromisso e a irresponsabilidade. r. Finalmente, de assumirmos o modelo especifista de organização anarquista que difere do modelo sintetista (que busca colocar dentro da mesma organização todos os tipos de anarquistas). * A FASP não almeja (não tem a pretensão de) representar os anarquistas de São Paulo. TEORIA: O ESPECIFISMO COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO ANARQUISTAPró-Federação Anarquista de São Paulo (FASP)Sua primeira origem pode ser identificada nas posições orgânicas de Bakunin, tanto em relação às organizações populares – o que materializou em sua defesa de um determinado modelo para a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) –, quanto em relação à organização política revolucionária – que se materializou na teoria e na prática em torno da Aliança da Democracia Socialista (ADS). Sua segunda referência pode ser considerada nas posições de Malatesta, tanto em relação às organizações populares – e toda a discussão que ele realizou em relação ao movimento operário e ao sindicalismo –, quanto em relação à organização específica anarquista, que ele chamou de “partido anarquista”. Ao longo do tempo esta teoria foi sendo contrastada com a realidade, e outros elementos foram sendo incorporados. Hoje, para nós, fazem parte de “caldo organizacional” que compõe o especifismo outras posições como a dos russos do Dielo Trouda que estiveram em torno do projeto da Plataforma, a dos latinos da FAU, dos organizacionistas como Neno Vasco, José Oiticica e Domingos Passos, que atuaram no Brasil no início do século XX e também militantes já falecidos que defenderam posições semelhantes e que puderam tratar do tema com a nossa geração: Antônio Martinez, Jaime Cubero e Ideal Peres. Historicamente, a discussão em torno da Plataforma colocou em campos distintos duas propostas organizacionais do anarquismo. Uma primeira, já citada, que foi proposta pelos russos exilados na França, a Plataforma de 1926, e outra, que surgiu como resposta à Plataforma e que foi formalizada em dois momentos diferentes: primeiramente por Sebastièn Faure em 1928 e por Volin em 1934, ambos em documentos homônimos chamados “A Síntese Anarquista”. Na América Latina, diferentemente de outras localidades do mundo em que há uma tradição anarco-comunista claramente inspirada na Plataforma, o modelo de organização que se diferencia da síntese é o especifismo que, apesar das influências que possui da Plataforma, não pode resumir-se a ela. O especifismo caracteriza-se, na prática, pela defesa de dois eixos fundamentais: a separação entre a organização anarquista e os movimentos populares (o que se chama normalmente de separação entre os níveis político e social de atuação) e a prática prioritária de trabalho e inserção social, no seio das lutas sociais. No entanto, não é só isso. Hoje, o especifismo inclui uma série de outras concepções que determinam esta “nossa” forma de organização anarquista. Vejamos algumas delas. Entendemos o anarquismo como uma ideologia que, neste sentido, deve possuir, necessariamente, uma prática política com intenção de transformação social. Esta ideologia nasce em meio às lutas de classe do século XIX e representa as aspirações de um determinado setor do povo, ideologia esta que, ao mesmo tempo em que emerge da sociedade, volta a ela em forma de prática organizada para buscar a revolução social e o socialismo libertário. Estes objetivos de tipo finalista, a nosso ver, só chegarão por meio de uma mobilização social, ampla e popular, que consiga acumular força e promover a transformação – que não acreditamos ser decorrente das contradições internas do próprio capitalismo, mas fruto da vontade do povo organizado. Por estes motivos, esta nossa concepção de anarquismo não tem nada de individualista. Desta forma, organização para nós é uma questão central, imprescindível para um processo revolucionário consistente que pavimente as vias de uma nova sociedade. E trabalhamos a organização para a transformação social a partir de dois níveis: a organização específica anarquista e a organização dos movimentos populares. A organização específica anarquista possui caráter de minoria ativa, associando militantes no nível político-ideológico e cujo trabalho principal se dá no seio dos movimentos populares. Estes, para nós, não devem caber dentro de uma ideologia determinada, mas organizarem-se sobre a necessidade e possuir diversas ideologias em seu seio. Toda nossa perspectiva de organização baseia-se nestes dois níveis onde nos associamos, na organização anarquista, por nossas afinidades ideológicas, e nas organizações populares, por nossas necessidades como trabalhadores. A organização específica anarquista possui objetivos determinados, que se refletem nas atividades e no perfil de seus/suas militantes. Ela funciona com uma lógica que chamamos de “círculos concêntricos”, que determina posições claras para cada militante na organização. Há posições em que há maior comprometimento, e consequentemente maior poder de decisão – o que poderíamos chamar de um “núcleo” militante orgânico –, e posições em que há menos comprometimento e menor poder de decisão, como as posições de apoio ou colaboradores/as. Geralmente, as/os militantes orgânicos/as desenvolvem uma atividade interna (nos secretariados: organização, formação, comunicação, relações, finanças e infra) e outra externa, em uma das frentes, que são os setores organizados para o trabalho social que possuem como objetivo estimular, organizar, formar as organizações populares, influenciando-as a terem um conjunto de características, que poderíamos chamar “libertárias” (em termos de metodologia), que lhes possibilitará realizarem da transformação social. Para isso, é necessário que as/os militantes tenham responsabilidade e autodisciplina para levarem a cabo o trabalho cotidiano. Características da organização anarquista que também marcam o especifismo são: as unidades em termos de teoria, ideologia, estratégia e tática; a ênfase no trabalho social e a realização de outras atividades como propaganda, teoria, formação, estratégia, relações etc. As organizações populares (movimentos sociais, sindicatos, etc.) são, na maioria dos casos, expressões de uma sociedade de classes, dividida entre capitalistas e trabalhadores/as, que se evidencia em um processo de luta de classes. Por evidenciar as contradições do sistema e significar certa articulação dos setores populares nas lutas do povo, as organizações populares possuem um potencial transformador. É por meio da atuação nestas organizações e da criação de novas que entendemos poder dar ao anarquismo sua real função, que é de estimular e servir como fermento das organizações populares. No entanto, hoje a grande maioria destas organizações está burocratizada e, portanto, tem este potencial de transformação limitado. No contato com elas, o objetivo dos/das anarquistas é lutar para que estes movimentos sociais desfaçam-se destes laços burocráticos, ampliem-se o máximo possível, aumentem seu nível de combatividade e de autonomia. Para que elementos como autogestão e ação direta possam contribuir com processo de luta que aponte para uma revolução social. Para nós, é somente a luta popular, este “nível social” conhecido outrora por representar os “movimentos de massa” que tem condições de promover a transformação. É o conjunto das organizações populares, unidas umas com as outras, e da organização anarquista que pode constituir o meio que levará ao fim desejado por nós – o socialismo libertário. Esta estratégia está na base da concepção especifista de organização anarquista. SAUDAÇÃO INICIALPró-Federação Anarquista de São Paulo (FASP)Há um ano atrás, em julho de 2008, alguns companheiros chamaram o Encontro Pró-Federação Anarquista de São Paulo que aconteceu no Clube Escola Jardim São Paulo, zona norte da cidade. O encontro buscava pessoas interessadas na discussão para formar uma organização anarquista especifista. Desde então, já reivindicávamos o especifismo, uma forma de organização anarquista que possui suas raízes nas concepções de Bakunin e Malatesta, aprimorada futuramente por outros, como foi o caso do grupo de anarquistas russos no exílio, Dielo Trouda. Na América Latina, temos como influência a Federação Anarquista Uruguaia, criadora do termo “especifismo”, e no Brasil, uma influência dos organizacionistas do início do século XX e também de militantes que tiveram contato com a nossa geração, como Antônio Martinez, Jaime Cubero e Ideal Peres. Quase uma centena de pessoas atendeu ao chamado do Encontro. Houve uma exposição com debate sobre teoria e prática da Federação Anarquista do Rio de Janeiro, sobre o conceito e a importância da inserção social, sobre a questão da organicidade, entre tantos outros temas. Ao final, tiramos um conjunto de premissas para começarmos a discussão e integrarmos novos militantes. Neste documento, que chamamos “Questões de Saída”, colocamos: o anarquismo como ideologia e não como abstração ou estilo de vida; a defesa do anarquismo social; um classismo baseado nos mais diferentes sujeitos sociais, reconhecendo e dando prioridade à luta de classes; a necessidade de retomarmos o vetor social; a revolução social e o socialismo libertário como objetivos finalistas; a necessidade da organização específica anarquista, com caráter de minoria ativa, dividida em frentes e utilizando a lógica dos círculos concêntricos; a prioridade no trabalho/inserção social; a ética como fundamento imprescindível; a utilização de votação quando necessário; a unidade teórica, ideológica e programática (estratégica) e a ênfase no compromisso militante. Desde então muita coisa foi feita. Criamos um núcleo de militantes e um grupo de apoio, realizamos uma série de reuniões destas duas instâncias e fizemos diversos cursos e discussões de formação política, dentre eles organização anarquista, capitalismo e anticapitalismo, organização popular, alianças e gênero. Desenvolvemos trabalhos dentro de nossas frentes (camponesa/indígena e comunitária) e também de nosso grupo de gênero. Este trabalho social teve pontos muito altos e foi onde mais focamos nossos esforços. Podemos destacar: participação no protesto junto ao MST em frente à ocupação Lírios dos Vales em Franco da Rocha, panfletagens sobre a questão de gênero nas periferias e em frente de empresas, criação das organizações Ela Luta e Filhos de Toda Terra, desenvolvimento de atividades no Centro de Cultura Social Antônio Martinez, participação nas ocupações da Secretaria de Justiça e de fazendas em Taubaté e Valinhos realizadas pelo MST, realização do evento Intercultural dentro da Comuna Irmã Alberta, trabalho de base e mobilização na Zona Leste, participação em fóruns e encontros com o movimento indígena, participação em uma série de palestras, conferências, seminários, manifestações junto a movimentos populares. Foram muitas coisas, entre erros e acertos, entre alegrias e tristezas. Agora, damos início a este II Encontro Pró-Federação Anarquista de São Paulo. A intenção dele é utilizar estes dois dias para expor de maneira detalhada nosso acúmulo teórico e prático, discutir conjuntura, conhecer as experiências de outras organizações anarquistas e continuar o debate sobre a constituição da nossa organização. Começaremos hoje pela manhã com uma discussão sobre nossa teoria e nossa prática. Hoje à tarde, faremos uma discussão sobre conjuntura, dando destaque a alguns temas: movimentos sociais, anarquismo no Brasil e no mundo, política e economia no Brasil e no mundo, anarquismo e feminismo. À noite, teremos uma festa de confraternização. Amanhã pela manhã teremos exposições da Federação Anarquista Gaúcha e da FARJ, a quem já gostaríamos de saudar e agradecer a presença. Na parte da tarde faremos um encerramento com apontamentos práticos para a construção do anarquismo social em São Paulo e combinaremos a fundação da FASP, a ocorrer no segundo semestre. O conjunto de militantes que desde o início do ano passado vem mantendo viva a chama da FASP gostaria de fazer alguns agradecimentos. Para o espaço Ay Carmela, que vem nos cedendo lugar para as reuniões e que agora o disponibiliza para este encontro. Para os movimentos sociais que vêm nos acolhendo de maneira bastante receptiva. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em especial a Comuna Irmã Alberta, a Comuna Dom Helder Câmara, a Comuna Lírios dos Vales, e a Unidos da Lona Preta, sem deixar de citar alguns nomes: Pedro, Erica, Rosangela, Jorge, Rosana, Silvana, Jesus, Loura, João, seu Brito, Pierre, dona Teresinha, Deusa e família. Centro de Cultura Social Antonio Martinez e comunidade de São Miguel Paulista e adjacências: Ivan, Andréa, Railton, Janete, Dona Cida, Dona Nina, Dona Eva, Dona Dora, Tony Medrado, seu Antonio. Movimento Indígena: Edson, Emerson, Rose, Benedito, Hélio, Diva e Egina. Agrupação Cultural Feminina Ela Luta, Filhos de Toda Terra. Nosso objetivo com este encontro é agregar mais pessoas em torno de nossa proposta. Buscamos mulheres e homens interessados neste projeto e com vontade de lutar pela transformação social. Queremos que as pessoas deste encontro que se identificarem com o que estamos propondo se agreguem a nós a ajudem a criar as bases desta nova organização. Por isso, faremos a fundação da FASP somente daqui a alguns meses, em 18 de novembro, data em que em 1918 ocorreu a Insurreição Anarquista do Rio de Janeiro. Lembramos que as pessoas interessadas podem fazer parte de nosso Grupo de Apoio, uma instância com menos responsabilidades e menor poder de decisão, ou serem militantes orgânicos, que terão maior responsabilidade e maior poder de decisão. Encerrando esta saudação e dando início ao II Encontro Pró-Federação Anarquista de São Paulo, gostaríamos de enfatizar que, para nós, o anarquismo é uma ferramenta de luta, e nosso objetivo é levá-lo de volta ao seio das lutas sociais e dos movimentos populares, buscando retomar seu vetor social. Para estimular e influenciar estas lutas e movimentos, organizações anarquistas são fundamentais e é com muita humildade, mas com muita vontade, que queremos construir a Federação Anarquista de São Paulo. Fechamos esta abertura com uma citação de Mikhail Bakunin. Disse ele, ainda no século XIX: “Se vocês ficassem isolados, se cada um de vocês fosse obrigado a agir por conta própria, seriam sem dúvida impotentes; mas ao ficarem unidos e organizarem suas próprias forças – por mais escassas que elas possam ser no começo – exclusivamente para a ação conjunta, orientados por um pensamento e uma atitude comum, e pelo esforço para um objetivo comum, vocês se tornarão invencíveis.” Esperamos que todos tenham um ótimo encontro! Obrigada. Pelo anarquismo como ferramenta de luta! Pela organização dos anarquistas! Pela Federação Anarquista de São Paulo! |
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Comments (6 of 6)
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Parabéns com o segundo encontro. Esperamos que te trouxe mais perto de fundação da FASP.
Gostaria de saber mais sobre a "lógica dos círculos concêntricos". Sei que a FARJ tem um conceito semelhante, mas gostaria de saber mais como funciona e para a motivação para este modelo.
Por favor dirigir-me a algum material sobre o assunto ou me enviar um e-mail.
Abrações,
Jon
O encontro foi muito bom, além dos debates e da participação de todos/as, o clima era de extrema confraternização.
Surpreendeu-me o número de participantes(em alguns momentos cheguei a contar mais de 100 pessoas) e a qualidade das discussões.
Compañero/as:
Estamos orgullosos de conocer esta grandiosa iniciativa. Estamos firmemente convencido de la necesidad de cosntruir una organización específica anarquista concebida como "minoría activa" y que juege un rol importante en las luchas de los explotados y oprimidos.
Saludamos afectuosamente a los compañeros de Sao Pablo, estimulando desde la lejanía su esfuerzo y trabajo. Esperamos con anhelo que su proceso culmine concretamente en una organización de gran calibre.
¡Un fuerte abrazo libertario desde chile!
¡Por el comunismo y la anarquía!
¡Viva la revolución social de los explotados y oprimidos!
¡Cresca y se engruesen las filas del especifismo!
¡Arriba lxs que luchan!
Atte.
Convergencia Anarquista Específica
- Base de Santiago [Voz Negra] -
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cómo es esto?
circulos concentricos? mayor participación = mayor poder de decisión? jerarquías?
así interpretan el federalismo?
díganme que entendí cualquier cosa por favor!