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Contexto histórico-social e formação da corrente libertária do socialismo

category brazil/guyana/suriname/fguiana | história do anarquismo | opinião / análise author Thursday October 20, 2011 01:26author by Evandro Couto - Federação Anarquista Gaúcha Report this post to the editors

O ensaio de Rudolf Rocker "Anarquismo e Organização" é uma importante obra para o contato do público com a formação histórico-social do anarquismo. Muita confusão, engano e caricatura tem sido plantada nesse terreno. Rocker põe seu trabalho dentro do critério que consideramos mais rigoroso. Senta suas raízes socialistas e tudo o que implica filosofica e politicamente dentro do contexto das lutas operárias revolucionárias contra o capitalismo.

Desde o berço o anarquismo participa de elaborações teóricas que eram patrimônio de todo o campo socialista, mas faz avançar sua crítica à relações de poder e estruturas dominantes que lhe deram identidade própria. Como prática política radicada em um setor do movimento operário internacional imprimiu uma orientação militante que procurava guardar relação com vias antiburocráticas e antiautoritárias de chegada ao socialismo. Atravessou distintas e cambiantes conjunturas históricas que lhe condicionaram variantes no tático-estratégico. Também sofreu a deriva dogmática de quem elevou a princípio o que só era uma tática que respondia a uma contingência da luta.

Os méritos da obra de Rocker que selecionamos e traduzimos aqui é que dissipa a poeira e deixa patente que a formação ideológica anarquista esta vinculada histórica e socialmente ao mundo dos de baixo, os oprimidos, explorados, seus dramas, experiências e projetos de emancipação. Desde esse lugar concebia a organização: das massas em luta de classe contra o sistema capitalista; e dos anarquistas, como um grupo de ação finalista revolucionária, vinculado aos conflitos específicos concretos do movimento operário e ao projeto socialista de federalismo e autogestão.

Evandro Couto
Federação Anarquista Gaúcha

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O que se entende por anarquismo

(...) O homem é acima de tudo uma criação social na qual a espécie inteira trabalha, pausadamente, mas sem interrupção, e da que sempre vai tomando novas energias, celebrando a cada segundo sua ressurreição. O homem não é o descobridor da convivência social mas seu herdeiro. Recebeu o instinto social de seus antepassados animais ao transpassar o umbral da humanidade. Sem sociedade o homem é inconcebível. Sempre viveu e lutou dentro da sociedade. A convivência social é a pré-condição e a parte mais essencial de sua existência individual, mas também é a pré-forma de toda organização.

(…) Proudhon já o havia concebido exatamente e em sua Confession d'un Révolutionnaire faz a seguinte observação:

Consideradas desde o ponto de vista social, liberdade e solidariedade são dois conceitos idênticos. Encontrando a liberdade de cada um, não um impedimento na liberdade dos demais, como diz a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1793, mas um apoio, o homem mais livre é o que maiores relações tem com seus semelhantes.

O anarquismo, o eterno contrário de todos os monopólios, científicos, políticos e sociais, combate o Estado como protetor de monopólios e inimigo feroz de todas as relações diretas e indiretas dos homens entre si, mas nunca foi inimigo da organização.

(…) A obra de Stirner “O único e sua propriedade” apareceu em 1845 e ficou completamente relegada ao esquecimento. Noventa e nove por cento dos anarquistas não tiveram a menor idéia desse filósofo alemão e de sua obra, até que por volta de 1890 o livro foi desenterrado na Alemanha e desde então foi vertido em diversas línguas. E ainda desde então a influência das ideias de Stirner sobre o movimento anarquista nos países latinos, onde as teorias de Proudhon, Bakunin e Kropotkin durante dezenas de anos tiveram sua influência decisiva nos extensos círculos da classe operária, foi bastante ínfima e nunca aumentou. Em certas esferas de intelectuais franceses, que naquele momento flertavam com o anarquismo, e dos quais a maioria passaram já faz tempo ao outro lado das barricadas, a obra de Stirner fez um efeito fascinador, mas a imensa maioria dos anarquistas de lá nunca tiveram contato com ela.

Corrente libertária do socialismo

A nenhum dos primeiros teorizadores do anarquismo teria ocorrido sequer, que chegaria um dia em que os apelidariam de a-socialistas. Todos eles se sentiam socialistas, porque estavam profundamente compenetrados do caráter social de sua teoria. Por esta razão se chamavam com mais frequência revolucionários ou em contraposição aos socialistas estatais, socialistas anti-autoritários; recém mais tarde o nome de anarquistas se fez natural entre eles.

(…)A influência de Proudhon sobre as associações operárias francesas é geralmente conhecida. Não é aqui o lugar de ocupar-se detalhadamente na história desse movimento sumamente interessante, que sem dúvida representa um dos mais admiráveis capítulos da grande luta do Trabalho contra a força exploradora do regime capitalista.

(…) Os inumeráveis admiradores que Proudhon captou entre a classe trabalhadora, foram todos partidários convencidos da organização. Foram o elemento mais importante que originou a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores e as primeiras fases evolutivas da grande união operária estiveram completamente sob sua influência espiritual.

Formação histórico-social do anarquismo

Mas todos estes esforços que acharam sua expressão nas organizações dos mutualistas, como se chamavam os partidários de Proudhon, podem considerar-se como precursores e o começo do movimento anarquista recém se inicia no período da Internacional, e sobre tudo quando a influência de Bakunin e seus amigos é mais reconhecida nas federações dos países latinos. O mesmo Bakunin foi em toda sua vida um fervente defensor da ideia de organização e a parte mais importante de sua atividade na Europa consistia em seu desejo inquebrantável de organizar os elementos revolucionários e libertários e prepará-los para a ação. Sua atividade na Itália, a fundação de sua Aliança, sua portentosa propaganda nas filas da Internacional teve sempre como aspiração de seu pensamento aquela finalidade.

(…) Até seu último alento foi Bakunin um fervente defensor da organização, e estava tão compenetrado de sua necessidade, que não esqueceu de recordá-lo uma vez mais em sua sensível carta de despedida aos irmãos da Federação do Jura, pouco depois do Congresso de Genebra em 1873, uma carta que pode considerar-se como testamento a seus amigos e colaboradores:

“O tempo já não pertence as ideias mas as ações e execuções. Hoje, o essencial é a organização das forças proletárias. Mas essa organização deve ser obra dos mesmos proletários. Se eu ainda fosse jovem me instalaria em um bairro operário, onde, participando na vida laboriosa de meus irmãos, os operários, teria ao mesmo tempo participado com eles na grande obra da organização.”

(…) Nesse sentido conceberam os anarquistas do período de Bakunin a organização e trataram de verificar o que conceituaram prático. Neste sentido obraram nas federações e seções da Internacional, frutificando-la com suas ideias. Organizaram os trabalhadores em seções locais de propaganda e em grupos por ofício. As sociedades e os grupos locais estavam aderidos as uniões regionais e estas as organizações nacionais, as que por sua vez estavam ligadas umas as outras na grande união da Internacional.

Conjuntura repressiva e variação tático-estratégica

(…) O mencionado caráter do movimento se transformou paulatinamente depois da guerra franco-alemã e sobre tudo depois da espantosa caída da Comuna de Paris. O triunfo da Alemanha e da política de Bismark originou na Europa um novo fato histórico de que não pode se livrar mais. A aparição no centro da Europa de um Estado militar-burocrático equipado com todos os meios de poder, teve que influir inevitavelmente no desenvolvimento da reação geral que levantou então cabeça por todas as partes. Em efeito, também isso foi a causa. O centro do movimento operário europeu foi lançado da França para a Alemanha contribuindo ali ao desenvolvimento do movimento social-democrata, o que no transcurso de sua atividade influiu resolutamente, salvo poucas exceções, nos demais países. Dessa maneira, de um lado nasceu o período infortunado, em que a Europa cada vez mais caía como vítima da militarização geral que partia da Alemanha, enquanto que do outro lado do movimento operário em geral, sobre a contínua influência da florescente social-democracia alemã, se fundia cada vez mais num desesperado possibilismo.

Nos países latinos onde a ala libertária da Internacional tinha a mais forte influência no princípio do sétimo decênio (do século XIX) se desencadeou uma reação selvagem. Na França, onde os melhores e mais inteligentes elementos do movimento operário encontraram a morte na horrenda caída da Comuna, ou foram desterrados a Nova Caledônia, se não logravam fugir ao estrangeiro e levar lá a vida intranquila e apenada do refugiado, foram reprimidas todas as organizações operárias pelo governo e a imprensa revolucionária foi proibida. Outro tanto se repetia dois anos mais tarde na Espanha depois da repressão sangrenta do movimento cantonalista e a capitulação da Comuna de Cartagena. Instantaneamente foi suprimido todo o movimento operário e toda notícia pública do movimento revolucionário durante anos foi impossível. Na Itália se provocava aos membros da Internacional como se fossem bestas selvagens, e a propaganda pública se fez tão difícil, obrigando assim a se recorrer às organizações secretas pelas que estavam mais inclinados que os camaradas de outros países devido a suas velhas tradições das sociedades secretas dos Carbonários e os Mazzinianos.

(…) Dessa maneira, devido as atrozes perseguições que devia suportar o movimento anarquista, durante longos anos, desapareceu da vida pública nos países latinos, vendo-se obrigado a criar um refúgio nas sociedades secretas. Como o período de reação durou mais do que achava a maioria, o movimento adquiriu lentamente uma nova psicologia, que foi fundamentalmente distinta de seu anterior caráter. Os movimentos secretos são certamente capazes de desenvolver, em seu círculo limitado, um grau superior de disposição ao sacrifício e ao sofrimento físico nos indivíduos a favor da revolução, mas lhes falta o contato amplo com as massas populares, o único que é capaz de frutificar sua eficácia e de conservá-los durante longo tempo, frescos e com animação.

(…) Em tal período de reação e de relações secretas, entrou o movimento anarquista no último decênio do século passado (XIX) e é natural que não haja logrado se livrar da influência da nova atmosfera. Durante o transcurso de vários anos, nas filas anarquistas se acostumou considerar a atividade clandestina como um estado normal. Os novos elementos que se agregaram ao movimento, no período conspirativo, tinham uma inclinação especial a considerar a organização secreta e sua atividade como consequência lógica do movimento anarquista, a que devia antepor-se a toda atividade pública. Um conceito nesse sentido defendeu o Comitê Italiano para a Revolução Social em uma extensa carta ao 7° Congresso da Internacional, que se verificou em novembro de 1874, em Bruxelas. No mencionado manifesto se rechaça toda atividade pública dos revolucionários por perigosa. Dizem:

“As repressões em massa implantadas pelos governos, nos obrigaram a uma conspiração totalmente secreta. Como essa forma de organização é muito superior, nos congratulamos porque as perseguições concluíram com a Internacional pública. Continuaremos o caminho secreto; o temos escolhido como o único que pode conduzir-nos a nossa meta: a Revolução Social.”

Deriva dogmática

(…) Assim como os anarquistas daquele período exageraram o significado das organizações conspiradoras, da mesma maneira sublimaram, ao correr do tempo, a importância dos atos individuais alcançando este último proporções distantes, chegando muitos deles até ver na chamada propaganda pelo fato o ponto essencial do movimento. Os atos terroristas individuais de caracteres apaixonados são concebíveis e explicáveis em períodos de reação desenfreada e de perseguições atrozes. Estes meios não foram somente empregados pelos anarquistas. (...) Somente, devido as espantosas perseguições de que são objeto os anarquistas nos diversos países, pode explicar-se o por que a importância desses atos foi exagerada nos setores anarquistas daquele período.

(…) Essas coisas em geral as sente o trabalhador simples mais tênue e intensamente que o intelectual, ainda que nem sempre possua as facilidades de dar uma expressão a esses sentimentos. A maioria dos camaradas alemães aspiravam a um movimento operário anarquista e sentiam instintivamente que uma acentuação demasiado unilateral de teorias puramente abstratas sobre a soberania ilimitada do indivíduo e outras coisas análogas por meio das quais pode supor-se todo o possível e impossível, despejaria as massas do campo do movimento convertendo-lo em uma seita petrificada.

Sindicalismo revolucionário e reorganização

(…) O bom sentido induziu a muitos operários anarquistas a desejar uma raiz de união mais potente do anarquismo com o movimento operário. Para muitos foi talvez mais instintivamente que com conhecimento de causa. Se sentia a necessidade interna, mas não se tinha a certeza do caminho conveniente. (...) O jovem movimento sindicalista na França se desenvolveu com uma rapidez espantosa, e muitos anarquistas ativos empenharam toda sua energia no novo movimento, participando em suas inumeráveis lutas. A razão de ser de um movimento de massas se levantou poderosamente depois de um adormecimento tão longo durante o tempo das leis de exceção. A ideia de Greve Geral começou a abarcar a multidão dos países latinos e, sob a direta influência de grandes lutas operárias as que, durante os primeiros anos do presente século, comoveram Espanha, França, Itália, a Suíça francesa, Holanda, Hungria e outros países, também entrou o movimento anarquista em uma nova fase de sua evolução, que voltou a acercá-lo a seus precursores.

(…) Mas, no momento de colocar-se no terreno do movimento revolucionário das masas, o ponto Organização voltou ao tapete (…)

Acontecimentos iguais ocorreram também, em uma mais ou menos idêntica forma, quase em todas partes, ou seja, se tratavam de assuntos que deviam fazer em todas partes, o mesmo efeito. O conhecido anarquista holandês Christian Cornelissen, relatou bem detalhadamente esse estado em seu interessante estudo sobre A Evolução do Anarquismo onde emite sua opinião da seguinte maneira:

Em diversos países modernos o anarquismo recém se fez caminho prático como oposição a centralização e disciplina da social-democracia. Mas dita oposição, como ocorre geralmente em movimentos opositores, se foi bem pronto ao outro extremo. Junto a influência dos elementos libertários e artísticos contribuiu muito a prestar certo apoio ao individualismo como teoria e até introduzir em todas partes a desorganização no movimento. Sobre tudo a princípios dos anos noventa do século passado (XIX), durante a época em que a chamada ação individual incitou diversos atentados com bombas, a crítica individualista dali, assim como também da Itália, Alemanha, Holanda, Boêmia, etc., atacava primeiro a forma de organização e mais tarde a organização mesma. Nos sindicatos apareceu o espírito individualista de desorganização e em muitas sociedades de recente fundação, se pôs como questão preliminar na ordem do dia, que estatutos e presidentes levam em si o germe de um novo domínio. Não contentes com criticar o abuso da organização e o emprego de todos os meios para evitar que os membros diretores dos sindicatos possuíssem demasiado poder em suas mãos, pois são simplesmente os mandatários dos associados, começaram logo os individualistas a combater a organização mesma, sonhando ver sempre novos tiranos até ali onde se tratava tão só de regular os assuntos sindicais mais simples. Também nestes casos foram erroneamente empregadas palavras como tiranização da minoria pela maioria e repressão da liberdade individual. Mas, a crítica individualista, não notou aqui o perigo de que quando em uma organização operária não existe uma regulamentação se faz valer com mais facilidade a autoridade pessoal e até a ditadura de indivíduos de ação, igual que na velha sociedade combatida. Mais ainda que nos sindicatos, no período transitório de que falamos aqui, o individualismo achou ressonância nos grupos e nos centros de estudo e agitação que se colocaram diretamente frente as sociedades dos social-democratas. Recém, não faz muito, em diversos países se discutiram problemas como os seguintes: Se não é um repúdio contra a liberdade do indivíduo votar e conceber resoluções em grupos revolucionários? Se é permitido apelar aos membros de tais grupos, para que abonem com regularidade suas contribuições ao caixa do grupo? Se se está autorizado para nomear um presidente de mesa nos grupos para que anote os que pedem a palavra ou um secretário e especialmente um tesoureiro, pois são todos responsáveis ante os membros e isto estabelece uma nova dominação como ocorre nos social-democratas? Além do mais, relativo a responsabilidade, o indivíduo soberano é devedor ante si mesmo da responsabilidade. Que não se ache que é exagerado. Todavia, no Congreso Internacional revolucionário de Londres em 1896, entre os presentes se encontrava um stirneriano empedernido que protestava cada vez que havia que aprovar alguma resolução: O que, uma resolução? Não quero resoluções! Não vim para pactar com os outros! Eu quero ser EU MESMO! Mas então a tendência comunista anarquista já tinha a supremacia e disse ao opositor: Isso poderias haver feito em casa! Não deves vir para incomodar-nos.

(…) No momento em que o movimento anarquista voltou a colocar-se sobre o terreno da ação das massas, como o fizeram seus grandes precursores na época da Internacional, o problema da organização devia naturalmente voltar de novo à ordem do dia e foi principalmente esse problema o que originou a convocação do Congresso Anarquista Internacional de Amsterdã (1907) e da criação da Internacional Anarquista. O companheiro francês Dunois iniciou o ponto Anarquismo e organização, com uma pequena relação, em que pontuou o caráter social da ideia anarquista e declarou que o anarquismo não é individualista mas federalista e que pode definir-se como federalista em todos os terrenos. Na discussão todos os camaradas, excetuando o individualista holandês Croiset, se expressaram pela necessidade da organização. Com especial acentuação o fez nosso velho camarada Errico Malatesta, quem sempre foi um campeão incansável das ideias organizadoras.

(…) Nesse sentido o Congresso adotou diversas decisões criando um Bureau Internacional para que facilite as relações entre as diferentes organizações nacionais. O segundo congresso da Internacional Anarquista que devia efetuar-se no verão de 1914 em Londres e para o que já estavam notificados delegados de 21 países da Europa e América, foi interrompido pela guerra mundial que estalou justamente quando o congresso tinha que realizar-se e os cinco membros que compunham o Bureau foram mais tarde dispersados por diversos países.

Related Link: http://www.vermelhoenegro.co.cc/
author by mitchpublication date Fri Oct 21, 2011 06:47author email syndicalistnyc at gmail dot comauthor address author phone Report this post to the editors


I am wondering if "Anarchism & Organization" by Rocker was ever translated into English? I've not seen, but I can't say I'm a Rocker expert either.

According to Anarcho-Syndicalism 101:

"Anarchismus und Organisation (Anarchism and Organization). By Rudolf Rocker, Verlag Freie Arbeiter, Berlin, 1921, 32 pages (?). Translated into Dutch, Spanish, Yiddish and Russian. This article can be found in Anarchismus und Marxismus, Vol. 1, Berlin, 1973. See: Anarchisme en organisatie and Anarquismo y organizacion. S, H, L, G."
http://www.anarchosyndicalism.net/rocker/biblio.htm#BIB...N%201

Spanish language version can be found: http://www.antorcha.net/biblioteca_virtual/politica/ayo....html ]

So, yeah, I'd be interested if any knows if it has been translated.

 
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