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Mídia e política no país dos absurdos

category brazil/guyana/suriname/fguiana | cultura | opinião / análise author Sunday May 20, 2012 23:25author by Bruno Lima Rocha - Federação Anarquista Gaúcha Report this post to the editors

"Golpistas" e "governistas" exacerbaram suas diferenças a partir do caso Cachoeira.
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As duas últimas edições da boa revista Carta Capital (dirigida pelo jornalista Mino Carta) apresentam em suas capas um tema urgente da mídia e política brasileira.Trata-se da acusação (e de ser acusado) da alcunha de “chapa branca”, ou de jornalismo oficial.

Isto se dá quando a linha editorial termina por representar também os interesses e alinhamentos junto ao governo de turno ou as estruturas da pirâmide social. A partir da posse de Luiz Inácio, dois blocos midiáticos tornaram-se rivais.

Os jornalistas e empresas simpáticas ao governo de centro-esquerda cunharam o termo de PIG. Esta é uma sigla pejorativa, derivada do inglês “porco”, significando o Partido da Imprensa Golpista.

Segundo os rivais, estes seriam os grupos majoritários da mídia brasileira, alinhados com o Instituto Millenium, organizados nas associações patronais das distintas plataformas midiáticas (radiodifusão, jornais e revistas).

Já o outro grupo, mais carente em homogeneidade do que oprimeiro, também poderia ser chamado de PIG2, ou o Partido da Imprensa Governista. Isto porque, embora teçam críticas pontuais aos mandatos da atual presidenta e do ex-presidente, termina por se alinhar de forma mais ou menos explícita com as decisões do Planalto.

É curioso notar dois conflitos de linha política. Nos ajustes macro-econômicos, embora o chamado PIG teça críticas, o PIG2 e sua proposta de desenvolvimento produtivo estão contemplados. Redução da taxa de juros, política de pleno emprego, formalização do mundo do trabalho e acesso ao crédito são demandas históricas de um capitalismo menos selvagem, hoje praticado no Brasil.

Já o bloco de sustentação do presidencialismo de “coalizão orçamentária”, tem no PIG2 um adversário. Isto porque nas duas casas parlamentares temos uma sobrerepresentação de donos ou controladores de mídia. Embora a lei não permita, o coronelismo eletrônico se materializa no controle que políticos profissionais têm na radiodifusão nacional, reproduzindo em estados e regiões o modelo de rede e cabeça de rede (network), sendo justamente retransmissores do chamado PIG.

A mídia mais alinhada ao atual governo vê o mandato ser sustentado por aliados e parceiros econômicos de seus maiores rivais e concorrentes. Já os grupos majoritários são contemplados nas pastas de seu interesse, tampouco sendo ameaçados com a regulamentação dos artigos 220 a 224, do Capítulo 5 (Comunicação Social) da Constituição Federal de 1988.

É mais uma contradição da contradição no país dos absurdos!

Bruno Lima Rocha

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