preferenze utente

cerca nell'archivio del sito Cerca cerca nell'archivio del sito


Search comments

ricerca avanzata

Nuovi eventi

Norte da África

nessun evento segnalato nell'ultima settimana

Egito: entre o demônio e o satã

category norte da África | imperialismo / guerra | opinião / análise author Monday July 29, 2013 00:03author by Bruno Lima Rocha Segnalare questo messaggio alla redazione

O Egito caminha a passos largos rumo a uma guerra civil a exemplo do conflito argelino da segunda metade dos anos '90.
egipto.jpg

Após o golpe de Estado do Egito de 3 de julho deste ano, operado a partir de uma grande insatisfação popular – ou ao menos de parte da população – o mundo árabe e islâmico está diante de uma situação limite. É possível a convivência e a disputa dentro das regras da democracia participativa por parte de organizações integristas? A pergunta é simples, as conseqüências não. Se a resposta for sim, então a derrubada do governo eleito, tendo Mohamed Morsi à frente da Irmandade Muçulmana pode ser compreendida como fruto da ira dos setores laicos - e dos cristãos coptas diante de medidas totalizantes e apressadas do Poder Executivo. Já a resposta negativa, implica em admitir a impossibilidade de democracia de tipo indireto convivendo com legendas religiosas muçulmanas. Assim, o destino seria a permanente guerra civil em sociedades onde um partido de tipo integrista (também chamado de fundamentalista ou jihadista) – de qualquer versão do Islã – seja forte concorrente para ganhar nas urnas.

Nos EUA, a gíria da análise política chama esta situação de “o vencedor leva tudo”. No caso, os estadunidenses assim classificam uma vitória eleitoral. No Mundo Árabe, o “levar tudo” pode implicar fundir o grupo étnico-cultural-religioso com o desenho de Estado e a institucionalização possível. Era este o trajeto de Morsi como presidente do Egito, e foi esta a causa da revolta popular na Turquia contra Tayyip Erdogan e o governo do AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento). Ao imiscuir-se em temas da vida privada e da ordem pública mesclada com moralismo, massas de população urbana, com bom nível de estudo e valores parcialmente ocidentais se puseram em discórdia com os governos. O integrismo turco moderou-se para exercer o poder apesar do exército inspirado na elite kamalista e detentor de vastos recursos advindos dos EUA. Já os militares egípcios, cujo comandante em chefe, Abdel Fattah al-Sisi até tinha certa simpatia pela Irmandade Muçulmana, são dirigidos por veteranos generais dos Acordos de Camp David (portanto, ex-aliados de Anwar Sadat e Hosni Mubarak); e, não são e nem nunca foram para nada confiáveis diante de nenhum governo civil. A tendência da Irmandade Muçulmana era começar a legislar agressivamente contando com a maioria no Parlamento e uma relação orgânica com membros do Judiciário. Na medida em que a sharia (interpretação dos códigos de leis e costumes através do Al Corão) fosse implantada, o partido de Morsi iria fundindo-se com o novo modelo de Estado. Caso esta situação viesse a se consolidar, as forças armadas egípcias perderiam todo o apoio advindo dos EUA, e por tabela, os generais ficariam sem suas fontes de recursos totalizando USd 1,3 bilhão de dólares por ano.

As forças civis que ocuparam a Praça Tahrir, lideradas pela Tamaroud, puseram milhões nas ruas estiveram numa encruzilhada. Fizeram um pacto com o demônio para deter o satã. O Exército atual em nada se parece com a força terrestre nasserista de outrora.

Bruno Lima Rocha

Link esterno: http://estrategiaeanalise.com.br/
This page can be viewed in
English Italiano Deutsch
© 2001-2024 Anarkismo.net. Salvo indicazioni diversi da parte dell'autore di un articolo, tutto il contenuto del sito può essere liberamente utilizzato per fini non commerciali sulla rete ed altrove. Le opinioni espresse negli articoli sono quelle dei contributori degli articoli e non sono necessariamente condivise da Anarkismo.net. [ Disclaimer | Privacy ]