preferenze utente

cerca nell'archivio del sito Cerca cerca nell'archivio del sito


Search comments

ricerca avanzata

Nuovi eventi

Brazil/Guyana/Suriname/FGuiana

nessun evento segnalato nell'ultima settimana

Repetir jargões ou pensar a conjuntura por um prisma anarquista

category brazil/guyana/suriname/fguiana | movimento anarquista | debate author Saturday September 10, 2016 13:40author by Rafael V. da Silva - FARJ Segnalare questo messaggio alla redazione

Historicamente temos formas de análise conjuntural anarquista a problemas complexos que envolvem as movimentações dos de cima. Mas se todos os governos são iguais, para que faz análise de conjuntura? Substitui-se assim, a análise de conjuntura por meia dúzia de jargões e se tem o problema, como falsamente resolvido. O resultado é pobre, do ponto de vista analítico e pior, convence muito mal

Historicamente temos formas de análise conjuntural anarquista a problemas complexos que envolvem as movimentações dos de cima. Mas se todos os governos são iguais, para que faz análise de conjuntura? Substitui-se assim, a análise de conjuntura por meia dúzia de jargões e se tem o problema, como falsamente resolvido. O resultado é pobre, do ponto de vista analítico e pior, convence muito mal. Se todo governo é igual, porque distinguir o governo de Mussolini do de Fernando Henrique Cardoso? Ao distingui-lo estaríamos como relativistas, amenizando a violência de um destes governos? Ou não seria o contrário? Ao perceber suas distinções e singularidades, podemos avaliar adequadamente o seu projeto de dominação?

Separemos o imbróglio. Começemos pelo começo. Para o projeto estratégico do anarquismo todos os governos estão fadados a reproduzirem um determinado sistema de dominação operado com a anuência da máquina estatal. Tais governos são instâncias inúteis ao nosso projeto enquanto um caminho que pode ser utilizada pelo povo para sua libertação. Isso temos claro e irá determinar uma série de coisas. Por isto, os anarquistas concentraram esforços fora de qualquer projeto eleitoral e não jogam energia em trabalhos que tenham como perspectiva a ocupação de cargos institucionais no andar de cima. A estratégia de massas do anarquismo, hegemônica em sua história, demonstrou que as energias dos libertários sempre voltaram-se aos movimentos populares e sindicais, do campo e da cidade. De nenhum modo, isso obrigou os anarquistas a abandonar a análise da realidade. Sempre o fizeram, ainda que em alguns momentos, possamos refletir sobre seus erros e acertos.

Saber onde queremos chegar e como queremos chegar de maneira alguma, permite-nos conhecer o terreno onde pisamos. Para isso serve a análise de conjuntura. Não basta dizer que o Estado é um dos pilares de um sistema de dominação. Isto, as/os anarquistas já sabem. É preciso saber como ele domina. Para a segunda questão há poucas respostas, algumas bem pobres.

A teoria tem o papel de analisar a realidade. Dizer aproximadamente o que ela aproximadamente é [1], não o que ela deveria ser. Quando caracterizamos um governo, dizemos, comporta-se deste modo na economia, é distinto deste ponto (ou reproduz a política anterior). Socialmente age deste modo e não de outro. A teoria portanto, envolve menos um julgamento de valor, mas um ordenamento e tratamento dos dados em quantidade de uma realidade para entender corretamente o que se passa num país (ou Estado, ou continente). Estamos conhecendo nosso inimigo à partir dos seus movimentos.

Ao dizermos que os governos são diferentes, não avaliamos de maneira alguma, enquanto anarquistas que esses podem ser úteis ao nosso projeto estratégico. Nunca foram e provavelmente não serão. Todos os times de futebol jogam futebol, mas a tática utilizada irá variar. Compreender cada estratégia de jogo é fazer análise de conjuntura. Dizer que todos nos atacam é reproduzir jargões e dizer o óbvio. Explicar o funcionamento de cada governo é entender determinados movimentos e mecanismos da política. Compreender um sistema de dominação é como desfazer um novelo cheio de nós e distinguir cada fio, ligando os pontos e entendendo a rede de relações. Tal procedimento pode ser feito coletivamente, mas isto exige um esforço em direção a leitura do Estado que não agrada os puristas. Aqui, o analista golpeia-se com o militante. O primeiro, interessado na análise diz: observe os movimento dos de cima. O segundo, encimesmado, grita, “que se vayan todos” [2], ignore-os! A lenta confusão, entre ideologia e teoria está formada. O panfletário cegou o cientista. Mal sabiam, que é possível conviver bem com os dois.

Reproduzir meia dúzia de jargões sobre os governos não é fazer análise de conjuntura, é trocar o exercício de pensar, pela preguiça ideológica, algo, diga-se de passagem, infelizmente comum dentro do que se convencionou chamar de movimento anarquista.

[1] Não se pretende obviamente dizer que a teoria irá efetivamente saber de maneira total o que é a realidade. Tampouco, nos afiliamos aos irracionalismos – muito em moda em certos círculos radicais – que acreditam ser inviável qualquer análise e compreensão mais ou menos fiel da realidade.

[2] Grito tradicional de protesto, surgido nas manifestações argentinas de 2001 em meio a uma grave crise e que traduzindo aproximadamente ao português significaria “Fora Todos”.

This page can be viewed in
English Italiano Deutsch
© 2001-2024 Anarkismo.net. Salvo indicazioni diversi da parte dell'autore di un articolo, tutto il contenuto del sito può essere liberamente utilizzato per fini non commerciali sulla rete ed altrove. Le opinioni espresse negli articoli sono quelle dei contributori degli articoli e non sono necessariamente condivise da Anarkismo.net. [ Disclaimer | Privacy ]