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comunicado de imprensa
Sunday September 08, 2019 05:09 by Coordenação Anarquista Brasileira - CAB cab.br at riseup dot net
Nota da regional sul da Coordenação Anarquista Brasileira. A educação pública está sob ataque! Os vermes que assumiram o governo brasileiro em 2019 vêm atacando dia após dia todas as esferas da educação, com o objetivo de sucatear o pouco que a população pode contar para estudar. Escolas sendo fechadas em diversos estados, a falta e a desvalorização de professoras(es),a retirada de disciplinas da formação básica das escolas públicas e a Base Nacional Comum Curricular são exemplos que já são sentidos no cotidiano das comunidades. Além disso, cresce a perseguição política e o constrangimento de educadoras(es), quando setores conservadores estimulam que suas aulas sejam filmadas e denunciadas, passando por cima da liberdade de ensino. A pequena parcela da população que consegue chegar ao ensino superior também está ameaçada. Os cortes de verba anunciados pelo Ministro da Educação para as instituições federais de ensino superior ameaçam sua paralisação completa para os próximos meses. A dupla presidencial foi eleita com a defesa da meritocracia encontra as ações afirmativas. Na prática, suas ações mostram que seu objetivo é não ver mais gente negra, indígena e periférica com diploma de ensino superior. E, como todo dia é uma nova possibilidade para atacar um direito conquistado, recentemente foi apresentado o programa Future-se, que é o caminho explícito para a privatização do ensino superior, com o fim da maior parte da pesquisa científica de base, das ciências humanas, das atividades de extensão e das políticas de assistência estudantil. As cartas foram dadas. A jogada é escolha dos envolvidos na mesa: os atuais reitores das universidades públicas podem optar por aderirem ou não ao programa. A trapaça desse jogo está na coação financeira e na própria escolha dos jogadores. A Reitoria das Universidades Federais é escolhida após consulta à comunidade e à formação de uma lista tríplice, a partir da qual o presidente faz a nomeação. Esse método já tem um sério problema em relação à democracia interna das universidades, visto que os professores possuem peso maior em sua escolha. No entanto, em diversas instituições o Governo Bolsonaro está ignorando o processo de debate e deliberação da comunidade universitária e indicando professores explicitamente alinhados a sua política. Na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Bolsonaro acaba de nomear o candidato que ficou em terceiro lugar nas eleições, Marcelo Recktenvald. É pelo conjunto dos ataques que a educação vem sofrendo, e também pela importância da UFFS para o interior do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que somamos nossa indignação e nossos punhos junto à resistência na comunidade universitária da UFFS. Essa universidade surgiu da luta coletiva dos movimentos sociais e do povo pobre do interior, como uma resposta ao descaso secular e a falta de políticas públicas para a região, em especial na educação superior para a juventude do campo. Não aceitaremos práticas ditatoriais nas escolas e universidades do povo, vamos responder com mais luta! Desde a quinta-feira (29), quando a notícia veio a público, estudantes, servidores técnicos, servidores docentes e movimentos sociais da região ofereceram uma resposta imediata à intervenção na universidade. Uma assembleia organizada na sexta-feira deliberou pela ocupação da Reitoria, na cidade de Chapecó, que aconteceu no mesmo dia. O campus de Cerro Largo também já foi ocupado. As primeiras informações indicam a mobilização de setores alinhados ao Governo Bolsonaro para atacar a ocupação da Reitoria, em Chapecó. Chamamos os movimentos sociais, entidades sindicais e estudantis a divulgar a luta da comunidade da UFFS, fazer ecoar seu grito e cercar de apoio seus instrumentos de luta. Toda a solidariedade é fundamental e urgente nesse momento!
Em defesa da educação, é marcha, piquete, greve e ocupação!
Federação Anarquista Gaúcha (RS) |
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